– Não se esqueça de uma coisa – gritou, enquanto se afastava. – O amor permanece. Os homens é que mudam!
Eu ri, ela me acenou de volta.
Fiquei olhando o rio por muito tempo. Chorei até sentir que não tinha mais lágrimas.
Então comecei a escrever.
(Paulo Coelho - Nas margens do rio Piedras sentei e Chorei)

domingo, 27 de março de 2011

Eu quero tudo que dá e passa, que se despe, e despedaça...


Como se já não bastasse a distância, e depois ter voltado para onde tudo começou, como se já não bastasse o sim de um não escrito no talvez, e o som doído dos sentimentos calados falados gritando, e as mesmas coisas sendo remuídas no passar do tempo, que muda os rostos o meu rosto e o seu rosto,vidas em momentos passageriros registrados no para sempre, lembro que tenho saudade de ser feliz de quando o tempo trazia tudo devolta de quando eu conseguia reerguer o que ruia constantemente, mas do incio do fim se fez começo, do fim do tempo se fez novo endereço, e de tudo que restou ainda não consegui um completo e novo recomeço, nem reerguer tudo que hoje permanece em ruina...







"Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos Como um deus e amanheço mortal..."(Lenine)

sábado, 19 de março de 2011

Ser Feito e Ser Deixado


No centro do meu mundo inteiro, percebo o planeta se mexendo; mas não temo, pois não tenho medo, sei que minha casa tem vida, tudo se move, tudo se finda; só a alma permanece viva, envolvida na minha conciência ativa, que se fortalece, se renova e segue.

A minha consciência não depende da matéria dessa dimensão, mas se nesse momento, ela se reveste com essa terra, é para que eu possa aprender algo com ela. Já que não sei o que dizer, nem interpretar o que estou escutando, respiro e sinto, pois apesar de ser pequeno e vulnerável, apesar de possuir um corpo sensível, delicado e fácil de ser destruído,levado; sei que quem eu sou é feito de uma matéria muito mais resistente, que é o próprio amor latente do Criador Universal.

Mesmo assim, mesmo tendo consciência de quem sou; em meio as ondas que varrem tudo, sinto no peito o impacto do temor que contagia quem se precipita em afirmar que nada há. Se precepita, pois se a terra treme e o vulcão explode e leva daqui toda essa gente (e isso nos comove, é verdade); esses acontecimentos servem também de alerta, pois toda vez que a tragédia se manifesta, a explicação que todos querem em vão, não reside em quem vai, e sim, em quem fica e continua destruindo, ao invés de seguir reconstruindo um novo tempo que se inicia.

Quem se vai, vai; seja qual for os motivos, seja qual for a razão; mas quem fica, não pode ficar catando grão de explicação, afinal, é preciso erguer as mangas da camisa da teoria e pôr em prática toda aquela espiritualidade que não serve para nada além da ação.

"Quer luz, seja luz", já diziam os sábios. Por isso, em meio ao vício de continuar assistindo as cenas da desgraça alheia se repetindo; continua a tua vida, mais alerta, mais atento com o planeta que nos recebeu, que nada mais é, do que também um ser vivendo...

Frank Oliveira

quarta-feira, 2 de março de 2011

Sangue vapor


O barulho das vozes dos corações não pulsantes soa mais alto do que a voz dos falantes

Enquanto o coração grita e diz avance, o outro sem rédia sempre diz adiante

Enquanto um sangra, se dói e vive

O outro endurece, obedece e não ama

Um enrijece, é de ferro e vapor, o outro de carne de sangue e amor

Um conhece a vida, o bem e o mal

O outro não sabe do início e nem conhece o final